Um Livro – Nelson Rodrigues por ele mesmo (Sônia Rodrigues)
Mais de trinta anos após sua morte e no centenário de seu
nascimento, é prazeroso ter um livro inédito narrado pela voz do dramaturgo,
como se ele ainda estivesse vivo. Com as fichas de sua obra completa, suas
frases mais marcantes, o livro traz uma visão do próprio Nelson Rodrigues sobre
os fatos que ele retratava, extraídos de reportagens, depoimentos e
entrevistas. Um presentão de sua filha, Sônia Rodrigues.
Uma peça nacional – Estamira: beira do mundo
Sair do teatro extasiado e sentir que os outros espectadores
partilham desse sentimento. Foi isso que aconteceu comigo, depois desse
monólogo. É um texto tão fácil de entender e ao mesmo tempo tão profundo que é
impossível não mexer com quem assiste. E o trabalho da atriz Dani Barros não
comporta adjetivos. Mereceu todos os prêmios que levou e os que não levou
também.
Uma peça regional – Os Plagiários: uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues
Juntar quatro grandes grupos da cena gaúcha e homenagear
Nelson Rodrigues, com texto de Diones Camargo e música de Arthur de Faria.
Precisa falar mais?
Um filme – War Horse (Cavalo de Guerra)
Estrelado pelo jovem Jeremy Irvine e por seu cavalo Joey,
War Horse é daqueles filmes que não são esquecidos. Tem de tudo: um pouco de aventura, outro
pouco de risada, um tanto de emoção, além de surpresas e reviravoltas. A bela
fotografia e a destacável direção de Steven Spielberg ajudam a fazer deste o
meu filme do ano. Lindo!
Uma atriz – Adriana Esteves
Basta dar um papel de destaque para uma boa atriz se
destacar. Simples assim. Por acompanhar o trabalho – e o talento – de Adriana,
previ no primeiro post do blog que ela ia ser o que foi. Colocou todo mundo no
bolso, roubou a cena, roubou a novela, roubou o ano. Indiscutivelmente, o ano é
dela e Carminha entra pra galeria de personagens memoráveis.
Um ator – Domingos Montagner
Se em 2011 já tinha aparecido como Herculano em Cordel
Encantado, foi em 2012 que Domingos Montagner entrou de fato no elenco global. E
no bom elenco global, grupo cada vez menor, diga-se de passagem. Começou o ano
bem, como o presidente Paulo Ventura de O Brado Retumbante e terminou o ano
bem, como o Zyah de Salve Jorge.
Um programa de TV – The Voice Brasil (Rede Globo)
Mesmo pecando em alguns aspectos
da competição e até na escolha dos técnicos (vamos combinar que tinha
participante cantando (MUITO) mais que a Cláudia Leite e o Daniel...), o
programa foi um sucesso. A produção dos números realmente foi espetacular e
Thiago Leifert surpreendeu. Tornou-se uma alternativa nas entediantes tardes de
domingo. Além disso, o fato de uma negra, gorda e homossexual ter ganhado o
programa (e o Brasil) pelo talento de sua voz foi um marcante sinal de avanço.
Uma série de TV – Sessão de Terapia (GNT)
Uma proposta inédita no Brasil, uma direção de Selton Mello
e um elenco refinado, mesclando nomes mais conhecidos com outros mais desconhecidos,
vindos do teatro. A série investiu na
divulgação e fez muita gente ligar no GNT, alavancando bons índices de
audiência. Com alguma comédia e bastante drama, Sessão de Terapia não só
mostrou qualidade como virou a série do ano. Destaque para Zécarlos Machado que
custou a convencer que era um ator e não um psicólogo de fato.
Uma morte – Millôr Fernandes
2012 foi um ano de grandes perdas. Mas a intelectualidade
brasileira perdeu um dos últimos grandes pensadores do século XX. Grande
ilustrador, caricaturista, escritor, tradutor e frasista (sim, tudo isso!)
Millôr morreu dia 27 de março de 2012, aos 87 anos, deixando o Brasil um tanto
mais burro.
Um vídeo – Gangnam Style
Não sei nada além de que é o primeiro vídeo a ultrapassar a
marca de 1 bilhão (e em apenas 5 meses) no YouTube. E que é muito engraçado ver
aquele coreano dançando.
Uma criança – Mel Maia
Com apenas uma semana no ar vivendo a pequena Rita de
Avenida Brasil, Mel Maia encantou a todos. Mostrou maturidade e talento inato
nas fortes cenas com Adriana Esteves, Tony Ramos e Vera Holtz.
Uma frase –
Essa semana perdemos a grande Dona Canô. Pra esse fim de ano
fica a sua frase, dita em setembro, em ocasião do seu último aniversário: “Viver
é bom, mas saber viver é melhor”.
Que saibamos viver em 2013 e que a arte nos aponte uma resposta. Evoé!