sábado, 24 de novembro de 2012

Frases VI: Woody Allen

"Eu teria que fazer uma pausa e me perguntar se conseguiria criar uma história que funcionasse no Brasil"


Woody Allen, cineasta americano, 76 anos, em entrevista antiga à revista Serafina, do jornal Folha de São Paulo.

domingo, 18 de novembro de 2012

CINEMA: Os Lindos Lábios de Camila Pitanga

Como é bom ver um Brasil representado tão bem em nosso - cada vez melhor - cinema. E representado em tantas belezas naturais e ao mesmo tempo num obscuro e entranhado lado da identidade brasileira.

Como é bom assistir a um filme que foge do eixo Rio-São Paulo, em que o personagem sai de casa com pé descalço e deixa a porta aberta e isso é plenamente verossímil.

Como é bom ter um elenco com alguns nomes "apagados", mas tão afinado e com a criação de personagens fortes.

E como é bom (como é ótimo!!) assistir a Camila Pitanga em sua melhor forma. Faltam adjetivos! Além dos seus lindos lábios, da sua sensualidade absurda, é uma atuação perfeita, impecável. O portal Ig na época do lançamento define a atuação: "Camila Pitanga desarma qualquer um. Comprometimento impressionante. é de se aplaudir de pé."

Filme um tanto difícil de se classificar, talvez um suspense, talvez um romance, uma aventura, possui suas falhas (poucas), mas enche os olhos. Lindo filme, lindo título. E linda, linda, deslumbrante Pitanga!!

Assista!


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

LITERATURA: Poesia de Domingo, de Afonso Antunes


Já corriam uns bons anos desde que havia lido um livro de poesia. Minha casa é a prosa, definitivamente. Tanto na escrita, quanto na leitura. Mas esse guri – um guri tanto quanto eu – me contatou com esse gênero novamente, me apresentou a poesia novamente, e a reaproximação foi imediata. Com a clara influência de Manuel Bandeira e Drummond, a poesia de Afonso Antunes é com verso livre e a rima não é obrigatória. Poesia de Domingo é a estreia na literatura de Afonso, um tímido porto-alegrense de 18 anos.



Afonso é persuasivo dentro de sua timidez. O cara é tão decididamente tímido, que é quase contagioso: tenho sempre a sensação que saio das nossas conversas um pouco mais tímido e nunca que eu consigo “puxa-lo” para o lado dos extrovertidos.
Afonso é corajoso dentro de sua timidez. Eu, que sou bem mais falante, tenho um punhado de textos guardados que não penso em publicar (um meio de receio, outro meio de preguiça, talvez). E qual outro tímido tem tamanha coragem de dedicar um poema intitulado “Verdade” à presidente da república? É, Afonso, talvez os tímidos dominem o mundo, mas antes disso você já dominou os tímidos.
E quem o conhece e sabe dessa sua característica tão marcante, surpreende-se ao ler “Poesia de Domingo”. Há uma eloquência consciente que percorre o livro do início ao fim. Uma força de teclado, um forte grito inteligente e ao mesmo tempo inteiramente poético.
Não sei se a poesia de Afonso é tão verdadeira ou se são nossos gostos e ideias parecidas – como já provamos ter – que fizeram com que eu me identificasse, tão logo o livro aberto, com diversas de suas experiências.
E, como todo o livro, algumas poesias precisam passar “apagadas” para existir aquelas que se destacam, versos, sacadas muito boas. Por exemplo, o poema “Livros inacabados”, em que Afonso consegue colocar enredos de Dom Quixote, Cem Anos de Solidão, O Apanhador no Campo de Centeio, A Revolução dos Bichos, O Velho e o Mar, e Memórias Póstumas de Brás Cubas. Ou então o poema “Ontem”, tão cheio de verdade, que consegue tirar lágrimas de leitores mais “sensíveis”, ou o poema “Intimidade Visual”, tão completo na sua singeleza, que talvez seja meu preferido, ou ainda “Johnny Bravo” e a comparação seguida com o diálogo com o personagem. E “diversas outras tantas”...



Não para, rapaz! Tens um caminho longo, como Seben já disse no prefácio.
Reafirmo que minha casa é a prosa. Mas ao terminar o livro de Afonso, descobri que a poesia é aquela casa sempre boa de visitar. Principalmente num dia especial. Num domingo qualquer.