sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

TV: Então vamos falar de BBB - respondendo às campanhas anti-BBB do Facebook.


Mais um ano começa, mais um BBB começa e mais críticas e defesas em relação ao programa aumentam o feed de notícias de cada um no Facebook. Me sinto tão incomodado com alguns posts que torna-se inevitável eu expor minha opinião.



Primeiro, o Big Brother não irá acabar com dois pontos a menos na audiência. Não gastem tempo compartilhando correntes de “não assista o BBB, vamos terminar com esse programa!”. Isso não adianta. Quem faz o BBB são os seus patrocinadores: o guaraná Antárctica, a Fiat, o Niely Gold, a OMO, a Skol, enfim... Eles pagam fortunas para a Globo divulga-los e isso torna o BBB O PROGRAMA MAIS RENTÁVEL DA EMISSORA: nenhuma novela em horário nobre rende tanto em 8 meses no ar o que o BBB rende em 3. Ou seja, você pode até gostar mais da Carminha, mas a Globo prefere o Bial.

É claro que esses anunciantes só pagam tal valor porque tem gente (e muita) que assiste e porque eles têm muito dinheiro (pare de usar Niely Gold, Omo, beber Skol, Antártica. Isso ajuda também, sabia?). É claro também que à medida que cai a audiência do programa o número de marcas interessadas tende a reduzir: do BBB 12 para o BBB 13 o número de patrocinadores caiu de 19 para 14. Significativo, não? Mas ainda há 14, entende?

Segundo, o Big Brother Brasil é um programa de entretenimento. Não é pra ser culto. Parem de postar fotos de livros caindo com a legenda “Cada vez que você assiste o BBB, um livro seu se mata na estante.”. Não! Não tem nada a ver! E outra, não é “assiste o BBB” e sim “assiste ao BBB”. Não sou viciado em Big Brother, mas assisto quando quero dar algumas risadas, quando me simpatizo com alguém, enfim, e garanto que leio muito mais que 98% (sim, 98%) da população brasileira. E conheço gente idem. Aliás, o apresentador do programa é um dos intelectuais mais conhecidos e renomados do país.


O BBB não tem como objetivo ser culto. E a televisão brasileira também não. Você que não assiste ao BBB e assiste ao Faustão: qual a diferença? Você aprende alguma coisa vendo o Faustão com aqueles discursos sem pé nem cabeça? Você aprende alguma coisa vendo aquele lixo do “Melhor do Brasil” e as dancinhas ridículas que o Rodrigo Faro faz? Mais, você aprende alguma coisa vendo a Carminha? Vamos pegar esse exemplo de Avenida Brasil, que foi o mais inegável sucesso da Globo no ano passado: o Brasil adorou a novela, que se passava num bairro popular, com gente popular, que vivia discutindo a vida dos outros. Não é o mesmo? Me impressiona os “cultos” que não assistem ao Big Brother e cuidam quando o vizinho troca de carro.

A TV aberta brasileira é um lixo. E o BBB funciona apenas como um bode expiatório. Programas que são de boa qualidade, “cultos”, em que se “aprende” alguma coisa se conta nos dedos: o Roda Viva, o Sem Censura, uma ou outra entrevista do Jô Soares ou da Marília Gabriela, por exemplo. Você, que posta essas coisas, me diz: conhece o “Sem Censura”? E o “Pânico”?

Terceiro e último, é que o BBB tem uma baita produção e funciona como reality show (muito mais do que “Salve Jorge” funciona como novela, por exemplo). E isso também dá fôlego para tantos anos de programa. As provas criadas para gerar conflito, o Bial como um participante ativo na dinâmica do jogo, a objetividade das regras, etc. faz com que por vezes o que se passa na casa realmente seja interessante ser observado. Algo que “A Fazenda”, por exemplo, tenta há alguns anos e não consegue.

Não quer assistir ao Big Brother? Não assista. Eu também não assisto ao Pânico e até acho um absurdo um programa daqueles, mas nunca disse para ninguém deixar de assistir e nunca vi campanhas com esse teor. Se quiser, pode até pegar um livro meu emprestado.